Olhai os lírios do campo - Texto (Érico Veríssimo)

“Se todos no mundo dessem o que lhes sobram, cada um teria o necessário”.
Texto: Olhai os lírios do campo
Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?
É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.
Há na terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. Não podemos cruzar os braços.
É indispensável trabalhar, pois no mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, no entanto, dar um sentido humano às nossas construções.
É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. Não podemos cruzar os braços, enquanto os aproveitadores sem escrúpulos engendram os monopólios ambiciosos, as guerras e as intrigas cruéis.
É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência, e sim com as do amor e da persuasão.
Quando falo em conquistas, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação.
(Érico Veríssimo, Olhai os Lírios do Campo)
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Érico Veríssimo (17
de dezembro, 1905 - 28 de novembro de 1975) é um importante escritor
brasileiro, que nasceu no Rio Grande do Sul. Seu pai, Sebastião Veríssimo da
Fonseca, herdeiro de uma família rica em Cruz Alta, Rio Grande do Sul,
reuniu-se a ruína financeira durante a juventude de seu filho. Veríssimo
trabalhava em uma farmácia antes de obter um emprego na Editora Globo, uma
editora de livros, onde ele traduziu e lançou obras de escritores como Aldous
Huxley. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi para os Estados Unidos. Este
período de sua vida foi gravado em alguns dos seus livros, incluindo: Gato
Preto los Campo de Neve ("Gato Preto em Campo de Neve"), A Volta do
Gato Preto ("The Return of the Black Cat") e História da Literatura
brasileira ("História da Literatura Brasileira"), que contém algumas
de suas palestras na UCLA. Sua épica O Tempo eo Vento ("The Time and the
Wind") tornou-se uma das grandes obras-primas do romance brasileiro, ao
lado de Os Sertões de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães
Rosa.
Quatro das obras de Veríssimo, Tempo e o Vento,
Noite, do México, e Sua Excelência, o Embaixador, foram traduzidos para o
idioma Inglês por Linton Lomas Barrett.
Ele era o pai de outro famoso escritor do Rio
Grande do Sul, Luis Fernando Veríssimo.
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II – Estudo do texto:
1- Os dramas, as injustiças e a incompreensão são males:
( ) de uma época passada.
( ) da época atual.
( ) de uma época futura.
2- Quando é que devemos fazer uma pausa para olhar os lírios do campo e as aves do céu?
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3- Por que é indispensável trabalhar?
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4- De quem é a tarefa de realizar um grande trabalho na terra?
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5- Explique com suas palavras, o sentido de:
a) Os homens se atiram à caça do dinheiro.
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b) Tudo nos cai do céu.
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c) Devemos conquistar o mundo não com as armas do ódio e da violência e sim com as do amor.
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d) De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?
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6- O autor está valorizando mais o dinheiro ou as relações de criatura para criatura?
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